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Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) é a doença neurodegenerativa mais comum da atualidade. Com uma prevalência que aumenta gradualmente a partir dos 60 anos, chega a acometer 33% da população após os 85 anos de idade. Veja abaixo as principais dúvidas sobre a DA:

1. Quais são os principais sintomas da DA?

R.: O principal sintoma inicial da DA é a perda de memória, que tipicamente afeta a memória recente, ou seja, o paciente com DA inicial mantém vividas as lembraças antigas de sua vida, mas muitas vezes é incapaz de se lembrar do que comeu ontem. Com o evoluir da doença, outros sintomas aparecem, como pobreza do vocabulário, dificuldade de localização e dificuldade de resolver problemas ou lidar com situações que anteriormente seria capaz de realizar sem dificuldade. Em fases mais avançadas podem surgir distúrbios do comportamento, alucinações e em fases terminais acontecem alterações motoras, como incapacidade para andar ou engolir.

2. Como é feito o diagnóstico da doença de Alzheimer?

R.: O diagnóstico definitivo só poderia ser realizado com uma biópsia cerebral, o que é impraticável na prática clínica. Portanto o clínico consegue estabelecer um diagnóstico de probabilidade baseando-se no perfil de perda cognitiva (perda principalmente em memória recente), com achados típicos em exames de neuroimagem, como a atrofia da região hipocampal. Recentemente tem surgido formas promissoras para ampliar o poder diagnóstico na DA, como exames no líquido cerebro-espinhal ou no sangue (dosagem do peptídeo beta- amilóide e da proteína tau fosforilada) ou através da tomografia por emissão de pósitrons (PET).

3. Como é feito o tratamento da DA? Existe alguma forma de paralisar ou regredir a evolução da doença?

R.: Inicialmente é preciso deixar claro que não existe nenhuma forma de paralisar a evolução da doença. Entretanto estudos recentes tem mostrado que o uso de medicações específicas podem reduzir a evolução da doença de forma consistente, diminuindo a evolução para demência grave e a mortalidade. Existem dois grupos de medicações indicadas especificamente para o tratamento da DA. As drogas que aumentam a disponibilidade de acetilcolina no cérebro (drogas anticolinesterásicas – rivastigmina, donepezila e galantamina), indicadas para fases leve e moderada da doença e a memantina, droga com efeito anti-glutamatérgico, indicada para fases avançadas da doença. É muito importante salientar que, além destas medicações, drogas antidepressivas, ansiolíticas e antipsicóticas podem ser utilizadas no manejo de alterações comportamentais, alucinação e insônia, sintomas frequentes e que frequentemente causam grandes problemas ao paciente e cuidadores. 

Recentemente o FDA aprovou o uso de anticorpos monoclonais no tratamento da DA. Provavelmente esta será mais uma arma no arsenal terapêutico, indicado para casos muito iniciais de doença.

4. Existe algo que pode ser feito para se reduzir o risco de desenvolver a DA?

R.:Vários estudos nos últimos anos têm sugerido que a redução de fatores de risco cardiovasculares poderia reduzir o risco de se desenvolver a DA. Desta forma, o controle da pressão arterial, da diabetes, do níveis de colesterol, a realização de atividade física regular são boas medidas para redução do risco de DA. Acredita-se também que pode ser positiva a opção por uma dieta “mediterrânea”, com ingestão de vinho em baixa quantidade frequentemente, azeite no lugar do óleo vegetal, queijos brancos substituindo os mais amarelados e trocando a carne vermelha por peixe. Adicionalmente, vários estudos demonstram que pacientes com maior escolaridade estão mais protegidos, assim é importante manter a mente ativa e atualizada com leitura de livros, jornais e revistas, realização de palavras cruzadas, sudoku e atividades afins.

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